
Nas minhas palavras... escrevo-te na pele!
Falava-me de revolução, de mim mesmo para mim próprio.
De mim para o meu corpo, de mim p’ra ti que te escrevo.
Corpo, corpo meu, cansado andaste e com os teus pés o fizeste.
De mim para ti falo. Eu sou tu, mesmo que isso não queiras ser.
Corpo, corpo meu... tantas e tão poucas levaste... p’sadas foram,
da cabeça aos pés, do teu corpo, pelas entranhas padeceste e morreste.
Benditas sois vós, Dona da delicadeza... a vós rezei o meu corpo.
Por vós mereci a bondade e aos vossos pés abandonei a vontade.
Por elas amarinhei... chegadas as cochas, chorei e deitei.
Fechadas ao alto tive o prazer de cuspir e dor não sentir.
Do meu corpo soltaram-se amarras... amarras velhas.... amarras soltas.
Fraco de amarras soltas... tonto, embriagado, desgastado, cuspido, fodido.
Corpo, que me dizes? Como estás?
Sente... sente a liberdade aos teus pés... a vontade no vento.
Como estás? Sente... mesmo doente... sente o calor e o frio.
Como estou? Livre... sinto o vento... o mar bate-me e cala-me.
Leve, bastante leve, me sinto... sinto-o a passar-me na alma.
Sinto o mar a entrar... a entrar adentro, a inundar, a violar, a trespassar.
Sente, sente, corpo, corpo meu... flutua na água do mar.
Na tua pele, com o teu sangue, escrevo-te na carne a palavra libertar.
Manuel Areia (2007/08)
Falava-me de revolução, de mim mesmo para mim próprio.
De mim para o meu corpo, de mim p’ra ti que te escrevo.
Corpo, corpo meu, cansado andaste e com os teus pés o fizeste.
De mim para ti falo. Eu sou tu, mesmo que isso não queiras ser.
Corpo, corpo meu... tantas e tão poucas levaste... p’sadas foram,
da cabeça aos pés, do teu corpo, pelas entranhas padeceste e morreste.
Benditas sois vós, Dona da delicadeza... a vós rezei o meu corpo.
Por vós mereci a bondade e aos vossos pés abandonei a vontade.
Por elas amarinhei... chegadas as cochas, chorei e deitei.
Fechadas ao alto tive o prazer de cuspir e dor não sentir.
Do meu corpo soltaram-se amarras... amarras velhas.... amarras soltas.
Fraco de amarras soltas... tonto, embriagado, desgastado, cuspido, fodido.
Corpo, que me dizes? Como estás?
Sente... sente a liberdade aos teus pés... a vontade no vento.
Como estás? Sente... mesmo doente... sente o calor e o frio.
Como estou? Livre... sinto o vento... o mar bate-me e cala-me.
Leve, bastante leve, me sinto... sinto-o a passar-me na alma.
Sinto o mar a entrar... a entrar adentro, a inundar, a violar, a trespassar.
Sente, sente, corpo, corpo meu... flutua na água do mar.
Na tua pele, com o teu sangue, escrevo-te na carne a palavra libertar.
Manuel Areia (2007/08)
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